terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Ética x Moral

Você sabe o que é ética? E o que é Moral?
As pessoas, em geral, fazem uma grande confusão entre esses dois conceitos, geralmente tomando-os como sinônimos. Mas em que sentido Ética e Moral diferem?

Vamos descobrir?

Moral:

A Moral é normativa, ou seja, diz respeito aos costumes dos povos, ao conjunto de hábitos, regras, normas, leis que regulam a conduta de um povo, nas diversas épocas. Ela é abrangente, divergente e variante de cultura para cultura.

A moral geralmente visa circunstâncias e necessidades imediatas de um povo e, por isso, pode variar (e geralmente varia) de cultura para cultura e dentro da mesma cultura.

Por exemplo:
Há apenas algumas décadas atrás não era permitido à mulher usar roupas que mostrassem mais do que o tornozelo.


No entanto, ao longo do tempo, isso sofreu uma grande variação, ou seja, o que era considerado “imoral” tempos atrás, hoje é completamente aceito pela sociedade e, mais que isso, passou a fazer parte da moral atual.



                                                                                                       
ÉTICA:
A Ética é especulativa e possui um caráter crítico-reflexivo. Ela procura o nexo entre os meios e os fins dos costumes, das condutas, das leis.

Ela é específica na medida em que busca avaliar a fundamentação de cada costume, de cada prática cultural.
Ela assume um caráter universal (que independe das práticas culturais dos povos) enquanto reflexão crítica.
Ou seja, ela é específica na medida em que é o sujeito que realiza a reflexão e ela é universal na medida em que todos podem (e devem) realizar essa reflexão acerca dos pressupostos das normas e leis.

A ética não estabelece normas, ela já se depara com toda a historia de um povo, com todos os seus costumes (Moral).
A ética procura estudar a origem; como tudo começou, quais os objetivos da moral, fazendo uma reflexão crítica do comportamento moral dos homens enquanto seres sociais;
A ética fundamenta-se na teoria, ou seja, ela se preocupa em esclarecer, explicar, procurar respostas e demonstrar as falhas na fundamentação das práticas culturais.
A
ssim, ela não visa interesses individuais, e sim valores com validade universal, buscando sempre o bem comum. Por exemplo:

Na Moral (lei) brasileira, atualmente, existem dois casos em que o aborto é “moralmente” aceito:
a) Em caso de estupro;    b) Quando a mãe corre claro e eminente risco de morte, caso dê à luz.
Ambos os casos possuem sustentação legal e moral, contudo, ambos são eticamente justificáveis?
Embora ambos sejam moralmente justificáveis, apenas aquele no qual a mãe corre eminente risco de morrer poderia ser considerado eticamente justificável, porque é o único caso que se refere ao valor intrínseco de uma vida e não em contingências.
No caso em que a mãe corre eminente risco de morrer, o médico pode optar, sem estar agindo contrário à ética, pelo aborto em favor da vida da mãe. Nesse caso, não se trata de optar por um valor menor ou maior ou vice-versa.
O valor em questão é a vida humana, é "vida contra vida".
Qualquer que seja a decisão do médico (pela mãe ou pelo bebê) estará agindo eticamente, pois estará agindo em função da vida (que é um pressuposto ético universal).
Somente nesse caso, portanto, o aborto é eticamente justificável, embora seja moralmente aceito nos dois casos. 

Assim, pode-se dizer que Ética e Moral distinguem-se, essencialmente, pela especulação das leis, das normas.

É moral cumprir as leis, as normas vigentes. No entanto, é ético questionar o fundamento dessas leis e normas.
 E então, deu para entender um pouquinha a diferença entre Ética e Moral?

Abraços,

domingo, 22 de janeiro de 2012

Mas, afinal, o que é Filosofia e para quê serve?

Atualmente está na moda falar em Filosofia.
Ligamos a televisão e lá está ela, navegamos na internet e, novamente, ela aparece em inúmeros sites.
Toda essa mídia nos coloca frente a frente com a seguinte questão: para quê serve essa tal de Filosofia?
Na Grécia antiga, berço de seu nascimento, havia alguns homens que, por motivos diversos, começaram a questionar sobre as coisas do mundo: a natureza, a divindade, o próprio homem etc.
Todavia, esses homens que buscavam respostas sobre quase tudo na vida, deixaram de formular a pergunta que hoje nos intriga: “Ora, mas para quê, afinal, serve a Filosofia?”.

Bem, antes de prosseguirmos, faça uma pausa na leitura e recorde-se de sua música favorita. Recordou-se? Pois bem, agora atribua a ela uma finalidade. Sim, isso mesmo, uma finalidade, uma “utilidade” imprescindível. Difícil? Agora responda o seguinte: mesmo não conseguindo atribuir uma finalidade específica a sua música favorita, mesmo não conseguindo atribuir-lhe, por assim dizer, uma “utilidade”, você ainda continua apreciando-a e acreditando que ela é importante, não é mesmo? E se pensarmos sobre a arte, será que conseguiremos atribuir-lhe alguma “utilidade”, algum fim específico? E, no entanto, apesar da dificuldade de atribuir uma finalidade a essas coisas, continuamos achando-as importantes e reconhecendo seu incomensurável valor para a humanidade ao longo dos tempos.
  Assim é com a Filosofia. Embora talvez nesse momento você sinta dificuldade em atribuir-lhe um sentido, um significado, isso não quer dizer que ela não seja importante. Imaginemos, porém, que você consiga atribuir-lhe uma finalidade e que essa finalidade que você atribuiu acabe por levantar outra questão. Nesse momento, efetivamente, estará acontecendo o filosofar.
Na Filosofia, todas as respostas são provisórias.
Elas estão apenas aguardando que novas perguntas sejam feitas para ceder seu lugar a novas respostas que, por sua vez estarão aguardando novas perguntas e assim sucessivamente.
Na Filosofia, as perguntas são mais importantes do que a resposta propriamente dita, porque é a pergunta que impulsiona o filósofo em direção ao conhecimento.
Não acredita que isso seja Filosofia? Pois o próprio significado da palavra confirma isso:

FILOSOFIA = PHILOS + SOPHIA.

PHILOS = AMIZADE / AMIGO E SOPHIA = SABEDORIA.

Assim, se fôssemos definir Filosofia de acordo com o significado da palavra, seria algo mais ou menos assim: A Filosofia é a amizade pela sabedoria. E, nesse caso, o filósofo é aquele que ama a sabedoria. Ou seja, o filósofo nada mais é do que aquela pessoa que gosta de saber o porquê das coisas, que está sempre em busca de novas respostas às perguntas mais simples possíveis – e que, justamente por serem simples, ninguém pensa nelas.
O filósofo é um amante do conhecimento.

A filosofia é uma linguagem de amor à sabedoria. Nasceu do amor que busca compreender o mundo, os outros e a si mesmo. O amor cria laços, vincula, se expressa e se comunica. E o desejo de compreender a realidade gerou a filosofia.” (Pensando Melhor - Iniciação ao Filosofar. Angélica Sátiro e Ana Míriam Wuensch)
 
O filósofo assume uma atitude de constante questionamento. Ele faz perguntas, busca respostas, faz novas perguntas,  num constante caminhar em direção ao conhecimento.
  • Por que as coisas são como são e não de outra maneira?     
  • O que é o tempo?
  • O que é a verdade?   
  • O que é ética?             
  • O que é moral?                      
  • O que é liberdade?    
  • É possível ser livre?               
  • De onde surgiu o mundo?
Esses são alguns exemplos de questões que os filósofos fizeram há muitos anos atrás e que, ainda hoje, nós nos questionamos vez ou outra. Você mesmo já deve ter se perguntado algo assim, não é mesmo?

Se alguém lhe dissesse que você tem que ficar três dias sem comer porque é assim que as coisas devem ser, qual seria sua atitude? Você simplesmente aceitaria sem questionar?
Acredito que não.
Sua primeira reação seria a de espanto frente ao que se apresenta. Em seguida, você iria questionar de onde surgiu essa ideia, quem disse que essa ideia é adequada etc.?
Ou seja, você iria questionar a realidade para, só então, aceitá-la ou não, como verdadeira.
E é justamente esse que seria, por assim dizer, o papel da Filosofia: Sacudir-nos de nosso mundinho a fim de que olhemos para ele e questionemos porque as coisas são como são. Nesse sentido, todos somos filósofos, basta que não nos acostumemos às coisas, basta que estejamos sempre abertos ao espanto, que não deixemos jamais se apagar em nós o espírito de peregrinação em busca do saber, em busca do conhecimento.

Ao perguntarmos o que é Filosofia, à filósofa Marilena Chauí, ela nos responde que poderia ser a decisão de não aceitar as coisas como óbvias, as ideias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos; em síntese, Filosofia pode ser definida também como a não aceitação dos elementos da existência humana sem antes havê-los investigado e compreendido.


E para você, o que é Filosofia???

Abraços,

Olá!

Olá a todos!
Me chamo Andréia e sou professora de Filosofia.
Criei esse blog com o intuito de compartilhar com vocês minhas experiências em sala de aula, minhas expectativas, meus textos, pensadores e citações favoritos e, principalmente, para mostrar a todos que a Filosofia pode (e deve!) sim ser divertida e interessante!

Sejam todos bem-vindos!


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