sábado, 29 de março de 2014

VII Colóquio Internacional de Filosofia da Educação

O que pode a escola hoje em nossa América?
2 a 5 de setembro de 2014
Universidade do Estado do Rio de Janeiro [UERJ]
Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação em Educação [ProPEd]
Núcleo de Estudos Filosóficos da Infância - NEFI

O VII Colóquio terá como tema "O que pode a escola hoje em Nossa América?", no intuito de interrogar a potência da escola - como ambiente, como instituição, como forma, como espaço, como tempo, como mundo - no seu contexto de sentido, cultural e político. Os eixos temáticos, abaixo, atravessam esse tema em diversas linhas.
EIXOS TEMÁTICOS
  1. Infância, espaço, tempo
  2. Filosofia, práticas, experiências
  3. Sujeitos, poderes, saberes
  4. Corpo, pensamento, vida
  5. Artes, tecnologias, linguagens
 
Para se inscrever e para maiores informações visite a página: http://www.filoeduc.org/viicife/

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

DETERMINISMO, FATALISMO E LIVRE-ARBÍTRIO



DETERMINISMO

O Determinismo Absoluto ou Universal afirma que os fatos de nossa vida e da história passam a ser decorrentes de um complexo sistema de causas e efeitos inevitáveis e independentes de nossa vontade.
O Determinismo Absoluto leva ao mecanicismo, segundo o qual o homem é previsível e controlável como uma máquina e, portanto, sem autodeterminação, sem liberdade.

FATALISMO

Denomina-se fatalismo ou destino à crença de que os fatos de nossa vida dependem, não do exercício de nossa liberdade, mas da vontade de forças superiores, como Deus ou Deuses.
É comum encontrarmos pessoas fatalistas. Após tragédias como enchentes, mortes no trânsito, há sempre alguém para justificar: “Tinha de acontecer, era o destino, estava escrito...”.
A crença no destino nega radicalmente a liberdade humana e é maléfica para a sociedade: pois, se o nosso destino já está predeterminado, para que educar para o trânsito? Para que exigir das autoridades a solução das enchentes? Para que lutar por justiça? Para que reivindicar o fim das opressões? Se somos determinados pelo destino, não há como responsabilizar os desonestos, os opressores, os exploradores, os ladrões e os assassinos, pois seriam, todos eles, vítimas do destino.
Os adeptos do fatalismo ignoram que os homens é que constroem e destroem cidades, criam culturas, erguem civilizações, arquitetam guerras e promovem a paz. Apesar dos condicionamentos, o homem se define pela liberdade e pela responsabilidade.

O LIVRE-ARBÍTRIO

O Livre-arbítrio é, basicamente, a expressão usada para significar a vontade livre de escolha, as decisões livres. O homem tem capacidade de discernimento, o que lhe possibilita fazer escolhas voluntárias e independentes de qualquer pressão interna ou externa:
“O homem tem o poder de escolher um ato ou não, independentemente das forças que o constrangem. Ser livre é decidir e agir como se quer, sem qualquer determinação causal, quer seja exterior (ambiente em que se vive), quer seja interior (desejos, caráter)”.  (ARANHA, M. Lúcia de A. e MRTINS, M. Helena P. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986. P. 316).
O livre arbítrio, que quer dizer, o juízo livre, é a capacidade de escolha pela vontade humana entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, conscientemente conhecidos. Ele é, tanto uma crença religiosa, quanto uma proposta filosófica que defende que a pessoa tem o poder de decidir suas ações e pensamentos segundo seu próprio desejo e crença.
A pessoa que faz uma livre escolha pode se basear em uma análise relacionada ao meio ou não, e a escolha que é feita pelo agente pode resultar em ações para beneficiá-lo ou não. As ações resultantes das suas decisões são subordinadas somente a vontade consciente do agente da ação.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

LIBERDADE



LIBERDADE

Pessoa livre é aquela que pensa e age por si própria, não é constrangida a fazer o que não deseja nem é escrava ou prisioneira. Ser livre é decidir como agir sem determinação causal, nem exterior (ambiente em que se vive), nem interior (desejos). É a possibilidade de termos a escolha de agir de uma forma ou de outra.
Representa a ideia de liberdade ética, o sujeito moral capaz de decidir com autonomia em relação a si mesmo e aos outros. Essa liberdade depende das vontades humanas e de lugar público democrático, espaço comunitário e solidário. Para Kant, ser livre é ser autônomo, isto é, dar a si mesmo as regras a serem seguidas racionalmente. Ele considera isso necessário à consciência do indivíduo sobre as leis morais vigentes, ou seja, a liberdade é admitida com conhecimento consciente pela autonomia e à vontade. Essa vontade não deve ser bloqueada por nenhum tipo de heteronomia. Portanto, a pessoa dotada de liberdade, ou seja, sem intervenções de outrem, pode fazer uso desta, porém o fará com maior clareza se seu conhecimento e consciência de sua liberdade existir.
Para Jean-Paul Sartre, a liberdade é a condição ontológica do ser humano. O homem é,m antes de tudo, livre. O homem é livre mesmo de uma essência particular, como não o são os objetos do mundo, as coisas. Livre a um ponto tal que pode ser considerado a brecha por onde o nada encontra seu espaço na ontologia. O homem é nada antes de definir-se como algo, e é absolutamente livre para definir-se engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo.
Para ele o homem só não é livre para não ser livre, está condenado a fazer escolhas, e a responsabilidade de suas escolhas é tão opressiva, que surgem escapatórias através das atitudes e paradigmas de má fé, onde o homem aliena-se de suas própria liberdade, mentindo para si mesmo através de condutas e ideologias que o isentem da responsabilidade sobre as próprias decisões.


OS LIMITES DA LIBERDADE


“Nossa liberdade é uma liberdade condicionada, uma liberdade em condição humana, nossa vida se desenvolve entre os limites inacessíveis de uma liberdade zero e de uma liberdade infinita”. (George Gusdorf)

“O homem nasce livre e, por toda parte, é posto a ferros”. (Rousseau)

Não existe liberdade zero. Por mais escravizada que se ache uma pessoa, sempre lhe sobra algum poder de escolha. Nem que seja entre a vida e a morte. Do mesmo modo que não existe liberdade zero, também não há liberdade infinita ou absoluta. Ninguém pode escolher tudo. Ninguém, por exemplo, escolhe entre nascer, nem escolhe seus pais, nem o país, nem a época em que vive.
Somos, pois, limitados, condicionados, determinados por uma série de fatores que não dependeram nem dependem de nossa vontade.
Além desses condicionamentos ou determinismos inevitáveis, existem outros, evitáveis, criados pelo próprio homem. O ladrão, por exemplo, corre o risco de perder a liberdade de locomoção, e os que se drogam de ficarem viciados, escravizando-se às drogas.
Mas as restrições à liberdade não são criadas apenas pelos indivíduos, isoladamente. É na organização social e política que é engendrada a maioria dos entraves à liberdade. Um povo de analfabetos, doentes e famintos tem uma liberdade de acordo com suas condições subumanas.

LIVRES COM OS OUTROS

“O outro não é o limite da nossa liberdade, mas a condição para atingi-la” (Arruda Aranha e Pires Martins)

Costuma-se dizer que a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro. Isso só faz sentido em algumas situações, como, por exemplo, no condomínio de um edifício. Tenho liberdade para ouvir a música que quiser. O volume do som, porém, não deverá incomodar o vizinho.
Mas o exercício da liberdade se realiza com o outro, na interação social, na verdadeira política, na luta pela justiça, pela igualdade dos direitos essenciais, pela solidariedade. O individualismo, o cada-um-por-si, enfraquece nosso poder de ação.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 
'
//