quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

LIBERDADE



LIBERDADE

Pessoa livre é aquela que pensa e age por si própria, não é constrangida a fazer o que não deseja nem é escrava ou prisioneira. Ser livre é decidir como agir sem determinação causal, nem exterior (ambiente em que se vive), nem interior (desejos). É a possibilidade de termos a escolha de agir de uma forma ou de outra.
Representa a ideia de liberdade ética, o sujeito moral capaz de decidir com autonomia em relação a si mesmo e aos outros. Essa liberdade depende das vontades humanas e de lugar público democrático, espaço comunitário e solidário. Para Kant, ser livre é ser autônomo, isto é, dar a si mesmo as regras a serem seguidas racionalmente. Ele considera isso necessário à consciência do indivíduo sobre as leis morais vigentes, ou seja, a liberdade é admitida com conhecimento consciente pela autonomia e à vontade. Essa vontade não deve ser bloqueada por nenhum tipo de heteronomia. Portanto, a pessoa dotada de liberdade, ou seja, sem intervenções de outrem, pode fazer uso desta, porém o fará com maior clareza se seu conhecimento e consciência de sua liberdade existir.
Para Jean-Paul Sartre, a liberdade é a condição ontológica do ser humano. O homem é,m antes de tudo, livre. O homem é livre mesmo de uma essência particular, como não o são os objetos do mundo, as coisas. Livre a um ponto tal que pode ser considerado a brecha por onde o nada encontra seu espaço na ontologia. O homem é nada antes de definir-se como algo, e é absolutamente livre para definir-se engajar-se, encerrar-se, esgotar a si mesmo.
Para ele o homem só não é livre para não ser livre, está condenado a fazer escolhas, e a responsabilidade de suas escolhas é tão opressiva, que surgem escapatórias através das atitudes e paradigmas de má fé, onde o homem aliena-se de suas própria liberdade, mentindo para si mesmo através de condutas e ideologias que o isentem da responsabilidade sobre as próprias decisões.


OS LIMITES DA LIBERDADE


“Nossa liberdade é uma liberdade condicionada, uma liberdade em condição humana, nossa vida se desenvolve entre os limites inacessíveis de uma liberdade zero e de uma liberdade infinita”. (George Gusdorf)

“O homem nasce livre e, por toda parte, é posto a ferros”. (Rousseau)

Não existe liberdade zero. Por mais escravizada que se ache uma pessoa, sempre lhe sobra algum poder de escolha. Nem que seja entre a vida e a morte. Do mesmo modo que não existe liberdade zero, também não há liberdade infinita ou absoluta. Ninguém pode escolher tudo. Ninguém, por exemplo, escolhe entre nascer, nem escolhe seus pais, nem o país, nem a época em que vive.
Somos, pois, limitados, condicionados, determinados por uma série de fatores que não dependeram nem dependem de nossa vontade.
Além desses condicionamentos ou determinismos inevitáveis, existem outros, evitáveis, criados pelo próprio homem. O ladrão, por exemplo, corre o risco de perder a liberdade de locomoção, e os que se drogam de ficarem viciados, escravizando-se às drogas.
Mas as restrições à liberdade não são criadas apenas pelos indivíduos, isoladamente. É na organização social e política que é engendrada a maioria dos entraves à liberdade. Um povo de analfabetos, doentes e famintos tem uma liberdade de acordo com suas condições subumanas.

LIVRES COM OS OUTROS

“O outro não é o limite da nossa liberdade, mas a condição para atingi-la” (Arruda Aranha e Pires Martins)

Costuma-se dizer que a minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro. Isso só faz sentido em algumas situações, como, por exemplo, no condomínio de um edifício. Tenho liberdade para ouvir a música que quiser. O volume do som, porém, não deverá incomodar o vizinho.
Mas o exercício da liberdade se realiza com o outro, na interação social, na verdadeira política, na luta pela justiça, pela igualdade dos direitos essenciais, pela solidariedade. O individualismo, o cada-um-por-si, enfraquece nosso poder de ação.

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